Quando não estou de acordo com alguma coisa que alguém faz, não lhes consigo dar palmadinhas nas costas. Quando não estou de acordo com o que alguém diz, ou faz, eu contraponho com a minha opinião. Não o faço por achar que a minha opinião é a mais correcta, é apenas porque não sou de “comer e calar” quando não vejo nada de racional ou razoável naquilo que a outra pessoa está a fazer. Por isso acho que o grande mal desta sociedade, ou um dos seus grandes males, está no “medo” que as pessoas têm de dizer o que realmente pensam. Temos pessoas sem valores morais porque quem os educa acha que tem de os apoiar apenas por serem seus filhos; pensam: “O que ele está a fazer é errado, mas é meu filho. Tenho de o apoiar!” E acham que assim lhes mostram que são uns pais maravilhosos, que em vez de os conduzirem pelo caminho certo se conformam em vê-los seguir pelo caminho errado, assim podem brilhar mais tarde quando o tal filho chegar a um beco sem saída, e tiver de voltar para trás. Eu quero que a minha filha seja uma pessoa melhor. Não quero que ela maltrate os animais (e por isso a levo a fazer voluntariado), não quero que ela desrespeite os outros, quero que ela perceba que ser diferente é bom. Mas, principalmente, quero que ela respeite os sentimentos dos outros e que nunca faça ninguém sofrer. Mas se algum dia isso acontecer, vou fazer questão de lhe mostrar o quanto ela está errada. E acreditem que, nesse dia, vou ser a melhor amiga que ela alguma vez vai ter.