Um espaço comum, nunca um lugar comum...

29
Abr 10

 

Gosto de homens bonitos.

 

Eu sei que a beleza é um conceito muito relativo e, no meu caso, mais relativo ainda, porque gosto daquelas belezas... exóticas, podemos dizer assim.

 

Gosto de queixos quadrados, de vozes roucas, de narizes grandes, de bocas carnudas... Gosto de caras proporcionais, onde tudo tem o tamanho que deveria ter. Gosto de mãos grandes, de cabelos compridos, do ar "despenteado-cool", de cabeças rapadas, de saúde... Gosto muito de saúde! Gosto daquele ar de surfista, com o bronze deslavado, os abdominais marcados, os calções quase a fugir e o V da zona abdominal à mostra...

 

Mas o facto de gostar de tudo isto não quer dizer que seja isto que eu ande à procura para mim. Já tive namorados que reuniam uma ou outra característica, outros que reuniam várias. Mas as pessoas que tive de mais importantes na minha vida, por incrível que pareça, não reuniam nenhuma delas... Tinham outras, bem mais importantes, e que faziam com que, de repente, todas estas se tornassem mínimas.

 

Porque eu também gosto de homens divertidos, que me façam rir mas não com umas palhaçadas quaisquer. Gosto de piadas inteligentes, de piadas com timing, gosto de indirectas, de perguntas retóricas... Gosto de homens que me façam pensar, não só neles, mas no que dizem, no que fazem, no que pensam. Gosto de homens sensíveis e doces

 

Gosto de homens que gostam de gostar e que gostam de demonstrar.

 

publicado por dory às 10:38

 

Um dia, de repente, ela notou num caroço ao lado do mamilo que quase parecia um segundo mamilo. Não lhe deu grande importância mas, ao mesmo tempo, ficou a pensar se não seria melhor ir ao médico. "Ouvimos tantas histórias" dizia-me ela, "que às tantas quando vamos ao médico nem sabemos se queremos ou não saber realmente o que é que temos!".

 

Apesar das histórias todas que ouviu, ela foi ao médico e, numa questão de minutos, também ela se tornou numa dessas histórias que ouvimos todos os dias. De ser apenas um caroço no peito, aquele segundo mamilo passou a ser uma nova perspectiva de vida, o inesperado, o desconhecido e, principalmente, o medo.

 

À velocidade da luz, o caroço foi retirado e a segunda operação foi marcada. Ainda sem se saber que caroço era aquele, foi marcada a remoção do peito na totalidade para uma semana depois porque, segundo o médico, "qualquer compasso de espera pode ser fatal".

 

A data da segunda cirurgia chegou, o peito foi salvo mas vários tecidos foram retirados e, só agora, segue tudo para análise detalhada. Agora, estamos todos às ordens do tempo.

 

No meio deste turbilhão todo, tem havido uma coisa que me tem deixado desconcertada: ela recusa-se a deixar que soframos com ela... Ela, que sempre esteve presente quando eu precisei de chorar, não deixa que ninguém lhe limpe as lágrimas agora... Ela, que sempre me apoiou quando me senti sem chão, não admite que ninguém caminhe do lado dela neste momento...

 

Apesar de me custar imenso, respeito a vontade dela e finjo que não sei de nada...

 

Há uns dias encontrei-a e vi que nesse dia ela não tinha posto rímel. Disse-me que não tinha posto porque ia ficar toda borrada quando começasse a chorar porque, inevitavelmente, chorava todos os dias. Meia-hora depois apareci ao pé dela com uma prenda: um rímel à prova de água, que a fez começar a chorar de imediato.

 

Não consigo imaginar aquilo por que ela está a passar, mas vou estar aqui até ao final do caminho. Nesse dia, nenhuma de nós se vai maquilhar... :)


publicado por dory às 02:30
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